AUTOMAPEAMENTO

VEJA EM BREVE O VÍDEO DA CONVERSA/ALMOÇO NO RESTAURANTE DA FILÓ

O ato de mapear as nossas próprias narrativas é um gesto político inserido na luta antirracista, que visa transformar não só o campo artístico, mas a sociedade em geral, ampliando práticas mais democráticas nas estruturas de poder, de âmbito público e privado, que perpetuam a exclusão de artistas e outros profissionais negros.

Ancorados na celebração dos 50 anos do 25 de abril, importa refletir e contextualizar a necessidade da persistente luta pela inclusão e representatividade em diferentes setores, ressaltando de que modo a ausência de dados étnico-raciais oficiais constituem uma barreira a criação de medidas afirmativas e de reparação. 

Guiados pela filosofia Sankofa, que nos convida a refletir sobre o passado, presente e futuro, pretendemos promover uma conversa que envolva pessoas e entidades que no cenário artístico e associativo português encontram no mapeamento uma ferramenta de resistência, luta pela igualdade e construção de legado.

Convidamos Ana Cristina Pereira (AKA Kitty Furtado), Djuzé Neves, José Sérgio, Piny e Wura Moraes, para numa conversa orientada por Ana Tica e Gessica Borges, fomentar um momento de reflexão sobre a representatividade de pessoas negras no setor cultural, ressaltando a ausência de dados oficiais étnico-raciais oficiais, que levantam os seguintes questionamentos:

– Quem somos no setor da cultura em Portugal?
– O que fazemos e em que vertentes artísticas?
– Como medir o nosso acesso a verbas públicas para criar e programar os nossos trabalhos?
– Qual o nosso legado na história da arte contemporânea portuguesa?

Convidamo-vos a visitar a nossa montra (Automapeamento – UNA ), que no futuro pretendemos que seja um espelho de artistas negres que desenvolvem a sua prática profissional em Portugal.

CONVIDADES

Kitty Furtado

Crítica Cultural

Ana Cristina Pereira (AKA Kitty Furtado) // Crítica cultural e doutorada em Estudos Culturais (UMinho), tem promovido a discussão pública em torno da Memória Cultural, do Racismo e das Reparações.

Djuzé Neves

Batoto Yetu

Djuzé Neves // Português, filho de pais Cabo-Verdianos, formou-se em Engenharia Florestal e Proteção Civil. Membro da Batoto Yetu, participou na criação de produtos culturais associados à memória da diáspora africana em Portugal, com o objetivo de mitigar o desconhecimento histórico e cultural no ensino formal.

José Sérgio

Fotóografo

José Sérgio (Maputo, 1970) // Fotógrafo e fotojornalista, debruça-se sobre as relações entre Portugal e África no contexto pós-colonial, da qual resultaram três exposições, uma das quais “Presentes! Africanos e Afrodescendentes no Porto”, ponto de partida do livro homónimo lançado em setembro de 2023.

Piny

Performer

Piny // É performer, coreógrafa e professora. Formou-se em Arquitectura e em Dança Contemporânea. Estuda danças do Médio Oriente e Norte de África e suas fusões contemporâneas e a cultura Hip Hop e Clubbing.

Wura Moraes

Dançarina

Wura Moraes // Dançarina luso-brasileira, com formação na Faculdade Angel Vianna (BR), École des Sables (SN) e EDIT (BF).Vive e desenvolve o seu trabalho coreográfico entre Portugal e Brasil.

Curadoria/ Conversa: Ana Tica e Marisa Paulo.

Ilustração: Carolina Elis // Design: ROD // Equipa UNA: Ana Tica, Carolina Elis, Dori Nigro, Gessica Borges, Isabél Zuaa, Lola Rodrigues, Lucas Reis, Marisa Paulo, ROD e Vânia Doutel Vaz.